Ana Carolina Portela disse que prefeito recebia
recursos. Gestor disse que ainda toma conhecimento de acusações e por isso não
vai se manifestar.
![]() |
Colaboradora Ana Carolina Portela conta detalhes de desvios de recursos em delação |
PI TV 2ª Edição teve acesso com exclusividade
à colaboração premiada de Ana Carolina Portela, presa na primeira fase da
Operação Escamoteamento. O acordo foi firmado com o Ministério Público do Piauí
(MP-PI) e aprovado pelo Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI). Ana Carolina
denuncia na gravação o atual prefeito de Cocal, Rubens Vieira (PSDB).
A Prefeitura de Cocal informou que o prefeito
Rubens Vieira ainda toma conhecimento das acusações contra ele e por isso não
vai se manifestar.
![]() |
O prefeito teria um acordo com um dos empresários
envolvidos na Operação Escamoteamento presos. A respeito de como o esquema
funcionava Ana Carolina explicou que havia direcionamento para as empresas.
“Vamos supor que dessem 10 empresas. Ele escolhia as habilitadas. As que
ficavam habilitadas pagavam e as outras desistiam do certame ou saiam. Esse
pagamento era 1% do total do contrato”, contou.
Ana Carolina relatou ainda em colaboração com a
Justiça o que era feito com os recursos arrecadados através de desvio de obras
e serviços, como limpeza pública. “Ele ganhava a obra. Quando ele sacava tirava
os gastos que ele tinha. Vamos supor que a empresa que ganhou pagasse 1% no que
ele tinha pago durante a licitação. Ele tirava 1% e o restante ele entregava
todo para o Rubens”, disse a colaboradora em referência ao prefeito Rubens
Vieira. O prefeito não foi preso em nenhuma das etapas da operação.
![]() |
Operação do Gaeco desarticula quadrilha no Piauí, Ceará e Maranhão (Foto: Divulgação/PRF) |
O destino dos recursos em percentuais também são
detalhados pela colaboradora no depoimento. “De 100% do repasse da empresa, 5%
era do dono da empresa e 90% era do Rubens”, relatou Ana Carolina. A
colaboradora disse ainda que as obras eram realizadas, mas com gastos em
duplicidade. “Nas obras normalmente é preciso visita técnica. Precisa que o
engenheiro se desloque da empresa para ir até o local da obra. O que acontecia
era que era facilitado”, disse.
Prejuízo é estimado em R$ 18 milhões
Nesta terça-feira (24) foi deflagrada a 2ª Fase da
Operação Escamoteamento, que tem como objetivo combater crimes de fraude
em licitação, contra a administração pública, organização criminosa e lavagem
de dinheiro, consumados no município de Cocal, no Norte do Piauí. Os crimes
teriam acontecido durante os anos de 2013 a 2015. O prejuízo estimado é da
ordem de R$ 18 milhões, segundo a Controladoria-Geral da União, que participa
da operação.
A primeira fase da Operação aconteceu no dia 7 de
abril contra empresas fantasmas suspeitas de fraudar licitações de
prefeituras. Ao todo, 96 mandados judiciais foram cumpridos no Piauí e no
Ceará.
Por PI TV 2ª Edição | Jornal da Parnaíba
Nenhum comentário:
Postar um comentário