quinta-feira, dezembro 22, 2016

Polícia fará exumação para esclarecer morte de preso que ocorreu há 5 anos

Laudo cadavérico apontou apenas que morte ocorreu por asfixia, mas sem esclarecer se houve suicídio, homicídio ou acidente.
Antônio Nunes Pereira
Diretor de Polícia Técnico-científica
 do Piauí (Foto: Assis Fernandes / O DIA)

A Polícia Técnico-científica do Piauí realizará, nesta sexta-feira (22), a exumação de um cadáver enterrado em Parnaíba para esclarecer uma morte que ocorreu dentro da Delegacia de Luís Correia, no dia 28 de novembro de 2011 - há mais de cinco anos, portanto.

Trata-se do corpo de Hélio Marcos Machado Rodrigues, que foi encontrado numa cela do distrito policial com um pano amarrado no pescoço.

O diretor de Polícia Técnico-científica do Piauí, Antônio Nunes Pereira, explica que a exumação foi solicitada pelo Ministério Público do Estado porque a morte do preso não foi completamente esclarecida no laudo produzido a partir da primeira autópsia, feita logo após o falecimento.

O parecer apontou apenas que a morte ocorreu por asfixia, mas, segundo Antônio Nunes, os peritos não souberam determinar, à época, se Hélio Marcos Machado cometeu suicídio ou se foi assassinado dentro da cela da Delegacia de Luís Correia.

Antônio Nunes afirma que o fato de o corpo ter sido sepultado há mais de cinco anos pode dificultar o trabalho da perícia, mas, ainda assim, é possível fazer um trabalho satisfatório, que será capaz de esclarecer a morte. "Pode prejudicar um pouco, mas nós temos uma equipe de medicina forense, formada aqui no Piauí há uns quatro anos, com gente que só mexe com cadáver difícil, e eu sou um deles. Então, assim, dificulta mas a gente se vira. Na época, a autópsia conseguiu alguns achados importantes, mas não concluíram a causa jurídica, se foi homicídio, suicídio ou acidente. Como este cidadão estava sob a custódia do Estado, nosso objetivo é descobrir a causa mortis e as implicações legais disso", afirma o diretor da Polícia Técnico-científica.

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A exumação foi autorizada pelo juiz Willmann Izac Ramos Santos, após solicitação feita pelo promotor de Justiça Galeno Aristóteles Coelho de Sá.

"Encontraram um pano no pescoço e na autópsia determinou-se que a morte ocorreu por asfixia, mas não souberam dizer se houve estrangulamento, enforcamento, se foi após a morte, para simular, ou não, ou, ainda, se ele se matou mesmo. O que aconteceu foi isso: eles não conseguiram determinar. O Ministério Público não se conformou, mandou um ofício para nós, e nós entendemos que merecia um estudo melhor. Mandamos um ofício de volta, pedindo ao Ministério Público que solicitasse a exumação ao Poder Judiciário, porque, a princípio, veio pra gente o pedido para fazermos um novo laudo com base no documento original, o que é chamado de laudo indireto. Nós entendemos que poderia ser feito esse laudo indireto, mas junto com o direto, com a presença do cadáver, porque nós acreditamos que temos condições de descobrir mais alguma coisa", afirma Antônio Nunes Pereira.

Devem participar da necrópsia três peritos médicos, uma perita odonto-legista, uma agente de Polícia Civil de Parnaíba e uma servidora do IML da cidade.

Além disso, todo o trabalho de exumação será acompanhada por uma equipe da Delegacia de Homicídio, sob o comando do delegado Francisco Baretta.

A perspectiva é que o trabalho tenha início por volta das 8 horas, e seja realizado num intervalo de até 3 horas. 

A equipe da perícia sairá de Teresina na madrugada desta sexta-feira (23). Inicialmente, a equipe vai se reunir na Coordenação Regional de Perícias de Parnaíba, de onde vai se dirigir ao cemitério São Sebastião. Também devem ser feitos exames toxicológicos requisitados pela autoridade policial.

Por: Cícero Portela/O Dia
Edição: Jornal da Parnaíba

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