🏠Parnaíba (PI) - Em
polvorosa, os peões correm de um lado para o outro, enquanto a Rainha (Branca)
ensaia um movimento audacioso em apoio ao Rei (Preto). Parece que, no fim das
contas, o jogo nunca foi mesmo sobre lealdade, mas sim sobre quem chega vivo ao
final da partida.
Com a aproximação de 2026, o cenário político do Piauí começa a se
desenhar e as movimentações de bastidores já deixam claro que a eleição promete
surpresas. Uma delas, e talvez a mais inesperada, envolve a deputada estadual
Gracinha Mão Santa (PP), filha do ex-prefeito e ex-senador Mão Santa, um ícone
da política do Piauí e figura conhecida pelo discurso duro e ferrenho contra o
Partido dos Trabalhadores (PT).
Nos bastidores, a conversa é que Gracinha estaria de malas prontas para
mudar de lado. A deputada, que sempre se manteve na oposição, agora ensaia um
movimento ousado: desembarcar na base do governador Rafael Fonteles (PT), que
tem sua reeleição assegurada com algumas rodadas de antecedência. Para isso,
Gracinha pode inclusive trocar de partido, saindo do Progressistas (PP) para o
MDB - legenda historicamente mais próxima do Palácio de Karnak.
O fato é que a ideia, por vezes ventilada, de Gracinha disputar o
governo do estado contra Rafael Fonteles parece ter ficado no passado. A
avaliação nos bastidores é que houve lucidez e a deputada reconheceu que,
apesar de ser filha e herdeira do ex-governador Mão Santa, ainda falta a ela o
estofo e o capital político necessários para um voo tão alto. Se um dia terá
esse capital político, só o tempo poderá dizer. Por ora, a prioridade parece
ser garantir a sobrevivência política e encontrar um novo espaço no tabuleiro,
que começa a se formar para 2026. O jogo está apenas começando.
Por Walter Fontenele | Portalphb