Dados oficiais da Secretaria Estadual de Saúde do
Piauí (Sesapi) mostram que em 2017 houve uma queda nos números de casos
suspeitos e um aumento em casos confirmados de febre Chikungunya no Piauí. De
acordo com gerente de vigilância em saúde da Sesapi, Mariane Araújo, o número
de casos pode ser ainda maior, já que para a Sesapi suspeita de subnotificação
por parte dos municípios.
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Sintomas do Chikungunya |
“A gente observa que com a troca de gestores em
mais de 60% dos nossos municípios, a maioria dos responsáveis por esses agravos
dentro do município também mudou. Assim, a gente pode observar uma
subnotificação desses dados no estado”, disse.
A doença matou uma pessoa no Piauí no ano de
2016 e apesar da mortalidade não ser tão alta, os sintomas maltratam
muito, existem casos em que a pessoa chega a ficar internada na UTI por conta
da gravidade dos sintomas. De acordo com o médico Thiago Diniz, a principal diferença
entre a febre Chikungunya e outras doenças é a gravidade dos sintomas.
“O grande marco que diferencia a Chikungunya de
outras doenças é a artralgia, a dor articular. Inclusive a origem africana do
nome da doença significa ‘aquele que se dobra’. Temos percebido pacientes que
chegam em cadeiras de rodas, principalmente os idosos, porque 90% dos pacientes
com chikungunya são sintomáticos, ou seja, realmente chegam com muita dor
articular”, explicou.
Ainda nos dados oficiais da Sesapi pode-se
verificar que se por um lado os casos suspeitos diminuíram em 386 de 2016 para
2017, por outro lado, os casos confirmados aumentaram de 21 para 150 de 2016
para 2017. A explicação para isso, segundo a Sesapi, pode estar no fato que até
o ano passado o exame que confirma a doença não era realizado no Piauí, mas que
atualmente é feito pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) e em maior
quantidade.
Na casa do empresário, a febre Chikungunya atacou
não somente ele, mas a esposa e a filha. O empresário reclama que no seu bairro
não passa mais o ‘carro fumacê’, que conta com veneno que mata o mosquito Aedes
Aegypti. “Desapareceu do mapa, a gente nunca mais ouviu falar. Falam da doença,
dos riscos que tem, mas eu acho que o poder público está deixando a desejar
nesse quesito”, disse.
Sobre a reclamação do ‘carro fumacê’ a Fundação
Municipal de Saúde afirma que os carros estão funcionando normalmente, mas que
são seguidos critérios técnicos definidos pelo Ministério da Saúde para que
eles não saiam aleatoriamente. Para o uso do carro a gerência da Zoonose
analisa os índices de infestação na área e os casos notificados. Com estes
dados são montadas de estratégias de combate ao mosquito que pode ser feito
também com a visita de agentes de endemia nas casas.
Fonte: G1/PI | Edição: Jornal da Parnaíba
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