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sexta-feira, janeiro 24, 2014

MPF vai apurar irregularidades na obra do porto de Luis Correia

MPF abre inquérito para apurar irregularidades no porto de Luís Correia

Procurador do Ministério Público, Kelston Lages
O Ministério Público Federal, por meio do procurador Kelston Lages (foto), determinou a instauração de um inquérito civil para apurar a aplicação dos recursos públicos federais no porto de Luís Correia. Ele pediu a verificação do contrato nº 031/2011 feito entre a Secretaria de Transportes e o consorcio Dzeta/Hidrotopo para elaborar o projeto de modernização e reforço das estruturas portuárias do porto.

Já foram gastos mais de R$ 400 milhões na estrutura do porto e toda esta estrutura está condenada, de acordo com laudo de vistoria feita no final do ano passado. As obras estão paradas e não tem previsão para finalizar a estrutura.

“Conforme relatórios como o da Procuradoria Geral do Estado, tudo que foi feito no porto está condenado. Era uma estrutura antiga onde foi colocada uma nova em cima sem os devidos cuidados de engenharia como a recuperação dos ferros e demais peças. Desta forma, a estrutura está condenada. Nada presta”, declarou o engenheiro Cid Dias, que acompanha a obra e escreveu um livro sobre o porto piauiense.

O inspetor do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia no Piauí (Crea), Rodrigo Uchôa, disse que existe o desgaste das estruturas como cais e pilares construídos antes da paralisação da obra.

“Primeiro é necessário fazer um estudo de análise das peças para verificar se a estrutura interna não foi comprometida. Se foi, será necessário a construção de uma nova estrutura, porque a ação da corrosão marítima é semelhante a do cupim na madeira. Ela bate na superfície do ferro e vai penetrando no concreto”, explicou.

O pedido de instauração de inquérito considera a prazo vencido para conclusão da obra. Ele ainda considera A adoção das providencias especificas para novas diligencias. O inquérito vai instruir uma ação, segundo a portaria assinada pelo procurador da República, Kelston Lages.

Obra já gastou R$ 400 milhões em quatro décadas

A obra do Porto de Luís Correia está parada há mais de dois anos e sem previsão para ser concluída. Os quase R$ 400 milhões gastos na obra, estão sendo investigados pelo Ministério Público, sob suspeita que parte deste valor foi desviada.

Os desvios nas obras do Porto de Luís Correia podem chegar a R$ 12 milhões, em menos de três anos, de 2007 a 2010, sendo que já foram consumidos quase R$ 400 milhões em 37 anos, que se arrasta a construção. Entre as irregularidades investigadas pelo MPF estão falhas de licitação, estudo de impacto ambiental, além de improbidade administrativa.

O Governo do Estado rescindiu o contrato com o consórcio responsável pelas obras e anunciou que uma outra empresa foi contratada para dar andamento a construção do porto, mas as obras continuam paradas deste 2011.

No ano passado, a Justiça Federal determinou o bloqueio dos bens de envolvidos no projeto entre os anos de 2007 a 2010. Várias irregularidades foram apontadas. Em julho passado, o juiz federal Lucas Rosendo Lima, da Comarca de Parnaíba, determinou o bloqueio dos bens dos ex-secretários estaduais de Transporte e engenheiros ligados à obra do porto de Luís Correia.

O juiz atendeu a um pedido do Ministério Público Federal que investiga irregularidades na execução do serviço. Segundo o procurador Kelston Lages, o valor do desvio dos recursos públicos pode chegar a R$ 12 milhões neste período. “A liminar tem como finalidade assegurar bens para que os cofres públicos sejam ressarcidos. O projeto apresenta várias irregularidades. A situação é grave porque foi constatada a existência de pagamentos indevidos, superfaturamentos, pagamentos antecipados e transferências irregulares da conta específica do convênio para a conta do estado”, declarou, dizendo que a ação tramita em segredo de Justiça.

Governo espera mais R$ 300 milhões para concluir porto

A obra do porto de Luis Correia, segundo informações do Governo do Estado, foi encaminhada ao Comitê Gestor do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e aguarda definição no valor a ser liberado pela Secretaria dos Portos para o lançamento da licitação.

O governador Wilson Martins comentou que a retomada das obras depende de recursos federais. “Está dependendo da presidenta Dilma autorizar e cumprir um compromisso que ela assumiu com o povo do Piauí e liberar os R$ 310 milhões prometidos para a obra”, comentou.

Edição do Jornal da Parnaíba | Por Por Luciano Coelho/Portal AZ
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