quinta-feira, dezembro 26, 2019

Piauí fica de fora de levantamento que mede qualidade da água em praias

No cálculo, foram incluídas as 31 cidades do litoral brasileiro classificadas na categoria A pelo Ministério do Turismo – as que recebem mais visitantes, geram mais empregos no setor e têm mais leitos de hospedagem.
Um levantamento divulgado recentemente pelo Jornal Folha de São Paulo apontou que 42% das principais cidades que possuem praias no Brasil estão em situação impropria para banho. No cálculo, foram incluídas as 31 cidades do litoral brasileiro classificadas na categoria A pelo Ministério do Turismo – as que recebem mais visitantes, geram mais empregos no setor e têm mais leitos de hospedagem.

Segundo o levantamento, o Piauí ficou de fora do estudo porque o governo não repassa dados que medem a qualidade da água das praias piauienses. Nos municípios que tiveram os dados coletados, 663 pontos monitorados tiveram a água avaliada como ruim ou péssima entre novembro de 2018 e outubro de 2019. Isso quer dizer que esses trechos de mar estavam impróprios para banho em ao menos uma em cada quatro medições feitas no período.

Praia da Pedra do Sal está liberada para banho. (Foto: Arquivo O Dia)
Áreas impróprias para banho podem causar problemas de saúde, sobretudo doenças gastrointestinais ou de pele, como micoses. Outros focos de contaminação - que não são considerados nesta análise - podem ser a presença de lixo na areia e o vazamento de óleo que atingiu o litoral nordestino no último semestre.

As informações, que são coletados pelo jornal em parceria com os governos estaduais há quatro anos, indicam uma piora de 5%. No ano passado, 40% dessas praias consideradas prioritárias estavam ruins ou péssimas, e em 2016 e 2017, 35%. Os números assustam ainda mais quando se considera todos os mais de mil pontos monitorados no litoral brasileiro: 35% foram classificados como sujos neste ano, sendo que quatro anos atrás eram 29%.

Ainda segundo o estudo divulgado pela Folha, foram seguidas normas federais no levantamento que diz que um trecho é considerado próprio se não tiver registrado mais de 1.000 coliformes fecais para cada 100 ml de água na semana de análise e nas quatro anteriores. Como método de avaliação anual, foi adotado o Cetesb (órgão ambiental de SP), que classifica as praias a partir dos testes semanais. Nos dois extremos estão as boas, próprias em todas as medições, e as péssimas, impróprias em mais da metade das medições.

Segundo a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semar), órgão responsável pela balneabilidade das praias do Piauí, todas as praias do litoral piauiense estão próprias para banho.  Praias como Atalia, Peito de Moça e Pedra do Sal ficaram interditadas neste ano devido o aparecimento de manchas de óleo.

Procurada pelo Portal O Dia para comentar a situação da qualidade da água das praias e também o repasse das informações para o estudo, o órgão, por meio da assessoria, não atendeu as ligações. O espaço permanece aberto para esclarecimentos. 

Por: Adriana Magalhães e Jorge Machado com informações da Folha de São Paulo/O Dia

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