segunda-feira, outubro 28, 2019

O encanto vermelho da Revoada dos Guarás

Revoada dos Guarás, ave símbolo do Delta do Parnaíba
O laranja do fim de tarde contrasta com as nuvens vermelhas que seguem vagarosamente na direção de uma pequenina ilha no meio do rio, no Delta do Parnaíba, entre o Maranhão e o Piauí. Aos poucos, as árvores parecem ir ganhando flores rubras. Aos muitos, as aves vão dando o tom escarlate a um dos espetáculos da natureza mais bonitos do Nordeste: A revoada dos guarás. Um vermelho com vida que convida a todos para uma experiência única.

O translado para o Piauí foi feito com a Rota Combo e o passeio na região com a Rastro Nordestino, ambas empresas que oferecem ótimo serviço. A Revoada dos Guarás, terceira e última parada do passeio no Delta do Parnaíba, é realmente a cereja do bolo. Por ser bastante desejada e marcada pelo tom vermelho.

Por volta das 17h, as lanchas começam a chegar ao redor da pequena ilha dormitório que a princípio não chama a atenção. Quem chama na verdade são as primeiras aves solitárias voando na direção do local onde vão passar a noite. Como a ilhota não tem acesso terrestre, elas dormem tranquilas longo dos pedradores. O curioso é que os guarás não nascem com esta cor, adquirida devido à alimentação à base de caranguejos que possuem um pigmento responsável pelo tingimento das penas.

A ave é encontrada em países como Trinidad e Tobago, Venezuela, Colômbia, nas Guianas e em outras regiões do litoral brasileiro. Todavia, a grande concentração e o balé no ar delas a cada crepúsculo marcam o Delta do Parnaíba. E qualquer pessoa que o assista. De repente, as dezenas de guarás voando viram centenas, multiplicando o total encantamento de turistas como a paulista Débora Cássia Oliveira. “Não tenho palavras pra definir isto. É um dos espetáculos mais lindos que já vi. Só temos a agradecer!”, disse.

É realmente mágico ver o céu se tingindo com as nuvens vermelhas em contraste com o verde da vegetação e o laranja do por do sol. Uma obra de arte diária da natureza. O quadro vai sendo pintado ao vivo sob o olhar atento – e agradecido – das pessoas. O pincel divino segue aos poucos carregando mais no tom escarlate nas árvores que parecem desabrochar a cada minuto. Nelas, os pássaros vão se transformando em flores rubras. Uma revoada mágica. Um vermelho vivo. Viva esta experiência, viva. No final dormem em paz. Guarás e turistas.

Por Leonardo Vasconcelos/BlogMochileo | Edição: José Wilson | Jornal da Parnaíba

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