segunda-feira, maio 06, 2019

Vitima de tentativa de feminicídio relata momentos de terror ao ser feita refém na Uespi de Parnaíba

Vítima disse que agressor a ameaçou de morte e de atear fogo em seu corpo.
A jovem acadêmica de História da Uespi teve vários cortes nos braços e mãos
Momentos que não vão ser esquecidos pela jovem de iniciais T.A.C.S de 19 anos de idade. Estudante do terceiro período de História da Universidade Estadual do Piauí – campus Parnaíba, ela contou ao blog Extra Parnaíba como tudo aconteceu na noite da última sexta-feira (03/05), em uma das salas da instituição.

O agressor identificado como Gleisson Rodrigues dos Santos, de 22 anos, também estudante de História, tentava há algum tempo ter um namoro com a jovem. As conversas entre os dois sempre aconteciam na universidade e segundo a vítima, ele teria demonstrado nos últimos meses, bastante ciúmes, principalmente de colegas de sala.
Gleisson Rodrigues dos Santos, está preso preventivamente e aguardará julgamento na prisão
Mas na última sexta-feira, a garota que chegou atrasada ao campus, não imaginava o que estava prestes a acontecer. Gleisson a chamou para conversar e ao passar por uma das salas e após ter percebido que o espaço estava vazio, a empurrou, fechou a porta e desferiu um soco no rosto da vítima. Ele tirou duas facas da mochila, uma do tipo serrinha de cozinha e uma outra maior. “Eu perguntei o que estava acontecendo e ele me disse que aquilo já era para ter acontecido na última quinta-feira, mas eu não tinha ido a aula”.

A partir de então, o acusado seguiu com a tortura. A vítima gritou por socorro, foi ouvida por pessoas que estavam próximas a sala. A segurança do campus foi acionada. Mas enquanto isso, ele tentava “retalhar” a estudante com uma das facas. A golpeou várias vezes. “A minha sorte é que a faca não estava tão amolada. E enquanto eu tentava impedir, os meus dedos também ficaram machucados pela lâmina”, disse ela bastante abalada. 

A segurança do campus tentou convencê-lo a sair do local, mas o agressor disse que só sairia mediante presença da Polícia Militar e se alguém tentasse entrar, ele a mataria. O celular da estudante foi completamente destruído por Gleisson para impedi-la de tentar contato com a família.

Veja matéria completa com Kairo Amaral para o PITV 2ª Edição.

Já cortada em vários pontos do braço e com dores, a tortura parecia não ter fim! Gleisson retirou um frasco da mochila com um líquido transparente e segundo a vítima, ele disse que atearia fogo em seu corpo. “Pensei que ia morrer”, disse a menina com voz embargada.
A polícia ao chegar na instituição, negociou com o agressor, que pediu alguns minutos com a vítima. Nesse momento, segundo ela, ele a fez fumar, tirou a sua blusa e tocou suas partes íntimas. “Ele disse que só não me estupraria porque não estava no clima”.

A vítima relatou ainda que durante toda a ação, Gleisson demonstrou frieza. “Ele não se importou comigo, nem com a minha família. Eu quero que ele pague por tudo o que ele fez. Eu estou machucada em todos os sentidos. Não foi só agressão física”.

Ao sair da sala e se entregar a polícia, o acusado foi encaminhado a Central da Flagrantes. A jovem foi socorrida pelo Samu e levada para o Hospital Estadual Dirceu Arcoverde.

A família, que está revoltada com toda a situação, relatou ao blog que, se sentiu incomodada ao chegar na delegacia. “Alguns comentários tentavam minimizar a situação, referindo-se apenas à ela. Uma mulher nos disse que ela deveria mudar de sala, se afastar do rapaz e outras falas inconvenientes”.
“Sempre tive todo o cuidado com a minha filha, a atenção necessária, nunca saiu de casa sem estar acompanhada, é uma moça educada e não aceito que isso esteja acontecendo com ela. Vou buscar justiça! Quero que ele seja expulso da Uespi e que fique preso”, disse a mãe. 

Informação
Hoje aconteceu a audiência de custódia do acusado, onde o juiz converteu a prisão em flagrante para preventiva, ou seja, responderá o processo preso.

Por Tacyane Machado – Blog Extra Parnaíba

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