Por Bernardo Silva
Meu preclaro governador,
Jornalista Bernardo Silva |
Relutei muito em escrever esta matéria, porque estava com medo de não
me segurar e não medir as palavras, tendo que partir para a ignorância ao me
dirigir a você. Mas, sabendo ser você (permita-me tratá-lo assim) uma pessoa
afável, educada, distinta, não me permito passar a você, com palavras, a
revolta que sinto diante de tudo o que aí está, provocado por você, por pura
incompetência e incapacidade de gerir o Estado com grandeza e dignidade.
Você se apequenou muito, meu caro. Igualou-se aos demais políticos
quando cedeu às pressões das velhas raposas deste Estado e começou a meter os
pés pelas mãos. Cedeu demais à ganância dos seus aliados e deixou para trás
pessoas que, de fato, necessitam do seu governo. Esqueceu que os governos
passam e as pessoas ficam.
Não queria dizer mas, minha esposa está necessitando de procedimentos
quimio e radioterápicos. Fui a Teresina em busca de atendimento, exatamente
segunda-feira(16), no dia em que as clínicas, laboratórios e hospitais deixaram
de atender os planos de saúde dos servidores estaduais (Plamta/IASPI), porque o
dinheiro que é descontado do nosso contracheque (sou professor inativo do
Estado), o senhor deu fim. Fez o quê com ele? Cooptou políticos? Usou para
pagar os suplentes de deputado, convocados para a Assembleia Legislativa, sem
necessidade, só para aprovar as matérias do seu interesse que vão de encontro
às necessidades da população?!!!
Quantos servidores do estado, como eu, neste instante não estão
precisando de atendimento médico e só contam com o plano de saúde pelo qual
pagaram a vida inteira e que já foi o maior do Estado? O que você fez com o
nosso plano de saúde? À falta dele, quantas pessoas vão morrer nas filas do
SUS? Quanto sofrimento o senhor está patrocinando?!!!Está feliz com isso? Dorme
tranquilo?!!!
Ah, governador, lembrei-me. O senhor não sabe o que é sofrimento de
pobre. Lembrei-me do que o senhor faz, a sua indiferença para com as vítimas da
tragédia de Algodões… Um dia, lá no seu interior, onde o senhor sonhava ser
vaqueiro, você via e tinha uma dimensão do que é pobreza. Hoje não. Homem rico,
poderoso, que ilude a todos com conversa mole, no papel de homem educado, vira
as costas para quem necessita, para quem precisa do governo.
Quando falo que você, Wellington Dias, falhou até como ser humano – e
você se diz um homem religioso – é porque nós sabemos que quando Deus permite
que alguém ascenda a este poder terreno temporário, é para ajudar as pessoas.
Olhar por quem de fato necessita. E você esqueceu disso e de todos, quando
passou apenas a ver a melhor forma de comprar lideranças políticas, prometer em
troca de votos e se fortalecer no poder.
Hás de pagar por isso, tenho certeza. Não é a justiça dos homens que o
punirá. Será a sua consciência. É a justiça Divina que diz “a cada um segundo
as suas obras”. É só você olhar o que está fazendo. Olhar para os seus filhos.
Lembrar dos seus pais, da sua infância, do que você era e o que você é, como
homem. Aliás, volte a ser o homem honrado que o senhor um dia o foi. O papel
que o senhor desempenha agora, neste momento, envergonha.
Que Deus lhe abençoe!!!
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