Revista internacional publica exame de DNA de
planta de Cajueiro da Praia no litoral piauiense.
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Alcide Filho, no Cajueiro Rei (Crédito: Divulgação.) |
Isto é Incrível: no município de Cajueiro da
Praia, no litoral do Piauí, uma árvore gigante com mais de 200 anos foi
confirmada, por testes certificados de DNA, como o maior cajueiro do
mundo. Medições com GPS de alta precisão confirmam que a árvore possui área
superior a de outro cajueiro do Rio Grande do Norte. .As primeiras
reportagens produzidas sobre o Cajueiro Rei foram exibidas e produzidas pelo
ecoaventureiro Alcide Filho em março de 2010. "Fomos em busca de
uma informação repassada pelo publicitário Sílvio Leite. Passado esse
tempo, chega uma confirmação incontestável.... ",declarou.
UMA PLANTA GIGANTE com 200 ANOS
Um cajueiro com cerca de 200 anos de idade e que se
espalha sombreando uma área superior a 8.800 metros quadrados, está confirmado
como o maior Cajueiro do Brasil e do mundo, nascido de uma única castanha. Como
se diz em Fruticultura, essa é uma típica árvore de pé franco. A descoberta não
para de crescer no povoado de Cajueiro da Praia, no extremo norte do litoral do
Piauí.
Primeiro foi o agrônomo Wellington
Rodrigues que confirmou as medições feitas com GPS Geodésico, o mais
preciso do mundo. O Cajueiro de Cajueiro da Praia (8.810 m2), no litoral do
Piauí, quando comparada suas medições com o de Pirangi do Norte, município de
Parnamirim, no Rio Grande do Norte (8.500 m2), é maior em área total ocupada,
com 310 m2 a mais, tendo uma área livre de até 12 mil metros quadrados para
crescer. O do Rio Grande do Norte, ao contrário do Cajueiro Rei do Piauí, não
tem mais para onde crescer.
Agora a história foi comprovada cientificamente. No
último dia 14 de outubro o periódico internacional Genetics and Molecular
Research (GMR) publicou um artigo de sete páginas que apresenta as
comprovações de que o Cajueiro-Rei, aqui do Piauí, realmente tem uma área de
copa maior do que o cajueiro de Parnamirim (RN). Quem conta isso é quem também
participou dessa operação científica: o Doutor em Botânica e professor da UESPI,, Francisco
Soares.
A pesquisa foi também assinada por mais sete
pesquisadores radicados nas universidades UFPI, UESPI e UNICAMP, liderados pelo
Dr. Fabrício Amaral (UESPI).
Segundo Soares, o estudo foi relativamente simples:
foram coletadas amostras (folhas) de diferentes regiões da planta, que se
supunham fazer parte de uma copa única e este material foi testado
geneticamente, para determinar se fariam parte do mesmo indivíduo. O material
foi tratado, tendo sido replicado por uma reação chamada PCR (sigla em inglês
para Cadeia de Reação da Polimerase) e submetido a uma eletroforese (processo
de separação de materiais submetidos a um campo elétrico) e comparado com
sequências típicas de alguns genes já estudados da espécie do Cajueiro (Anacardium
occidentale). Comprovado de que se tratava de material idêntico para todas as
amostras coletadas, procedeu-se a medição da área ocupada pela copa da árvore.
Para medição foram usadas ferramentas do Sistema de
Informações Geográficas (SIG), utilizando imagens de satélite da árvore, além
de softwares que mediram o perímetro e a área ocupada, que totalizou 8.834 m²,
mais de 300 m² maior do que o Cajueiro de Pirangi, que mede cerca de 8,5 mil
m².
\Os mais antigos pescadores e descendentes dos
primeiros habitantes do povoado garantem que o nome Cajueiro da Praia foi uma
homenagem ao bicentenário cajueiro. Em suas sombras já foram encontrados
vestígios arqueológicos, cacos e peças cerâmicas, "provavelmente deixados
por povos indígenas caçadores e coletores que há centenas de anos circulavam
pelo lugar", afirma o Arqueólogo Pedro Gaspar, graduado pela UFPI, em fase
final de conclusão de mestrado sobre ocorrências arqueológicas no litoral do
Piauí. Por curiosidade, acesse o Google e procure por cajueiro rei.
Surpreenda-se.
Um fenômeno incrível
O Cajueiro gigante do municio piauiense de Cajueiro
da Praia é uma clonagem multiplicada galho a galho, esparramando cópias
genéticas idênticas do tronco principal que lhe deu origem. Isso acontece
porque originalmente o cajueiro espalhou-se em ramificações por reprodução
não-sexual, chamada alporquia de solo, método que os chineses conhecem há
séculos.
A multiplicação por alporquia de solo naturalmente
acontece quando os galhos tocam o chão, são recobertos pela terra úmida e
ganham raízes próprias, em média, depois de dois anos ou dois invernos
seguidos. Quando o galho brota, reforça seu tronco, emite novas ramificações e
recomeça tudo outra vez. Isso proporciona uma soma biológica na captação geral
de energia solar, água e nutrientes minerais distribuídos por toda a
planta-mãe, tornando o cajueiro de milhares de galhos e milhões de folhas uma
árvore única, resultado de múltiplas propagações.
Um cajueiro que vale ouro
Turismo pode ser um grande e lucrativo negócio. No
Distrito de Pirangi do Norte, município de Parnamirim, no Rio Grande do Norte,
a 28 Km de Natal é assim. Lá existe um cajueiro de aproximadamente 8.500 m2 e
perímetro de 500 m. Contam que esse cajueiro foi plantado em 1888 por um
pescador chamado Luiz Inácio de Oliveira, o Lula, morto aos 93 anos de idade. O
cajueiro de Pirangi é uma indústria e tem até seu dia oficial. Lei aprovada
pela Câmara Municipal de Parnamirim instituiu a data de 20 de dezembro como o
Dia do Cajueiro. Lá o cajueiro gera entre 1000 e 1500 empregos diretos e
indiretos. Com associação gerenciada segundo modelo de uma empresa privada, os
negócios sustentáveis, serviços e produtos em torno do Cajueiro de Parnamirim é
um dos melhores exemplos do poder da Indústria do Turismo: o faturamento global
chega a R$ 5 milhões por ano. Isto é Incrível.
Vídeos:
Fonte: Meio Norte | Edição: Jornal da Parnaíba
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