Abastecimento de água ao litoral do Piauí está
ameaçado; Vários bancos de areia estão prestes a fechar todo o curso do rio
Parnaíba.
O abastecimento de água ao litoral piauiense está
ameaçado, segundo análise do pesquisador do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) Valdecir Galvão. É que o leito
do rio Parnaíba, única fonte de captação de água da Agespisa na região, está
praticamente todo obstruído na altura da ponte do Jandira (divisa do Piauí com
o Maranhão).
Vários bancos de areia estão prestes a fechar todo
o curso do rio, o que impediria que a água chegasse até a estação de captação
de água bruta da Agespisa na zona rural de Parnaíba. Segundo dados da empresa,
somente para as residências parnaibanas são distribuídos diariamente mais de 40
milhões de litros de água. Segundo Valdecir Galvão, uma intervenção urgente
deve ser feita.
"Isso se deve às barragens hidrelétricas que
existem ao longo do rio Parnaíba. A água acaba perdendo a força de arrastar
esses sedimentos até o mar. O ciclo natural é que em até cinco anos o leito
seja desobstruído, mas na prática, isso não será possível por conta do
barramento. Portanto, uma dragagem no local deve ser feita com urgência",
informou o pesquisador que também é doutor pela Universidade Federal do Piauí
(UFPI).
A informação preocupou os gestores da Agespisa no
litoral piauiense, que assumem não possuir um plano B para abastecer as
torneiras dos moradores.
"Recentemente a empresa realizou um
investimento muito alto na captação de água bruta, aumentando a capacidade de
retirada de água do rio. Com essa ameaça de obstrução do rio Parnaíba, uma força
tarefa entre os governos do Piauí e do Maranhão deve ser montada para
solucionar o problema", afirmou o gestor operacional da Agespisa em
Parnaíba, Cirilo Albuquerque.
Como o rio Parnaíba divide os estados do Piauí e do
Maranhão, a competência para a gestão dos recursos hídricos é do Governo
Federal. Mas segundo a Secretaria de Meio Ambiente do Piauí, um comitê gestor
já está em fase final de criação. A ideia é unir todos aqueles que usam os
recurso do rio para definir as ações.
"Há mais de 15 anos que essa ideia do comitê
nunca saiu do papel. Mas agora, em parceria com a Condevasf, iremos finalizar
esse processo. O objetivo é integrar todos aqueles que de alguma forma usufruem
do rio para que possamos definir as intervenções em toda a bacia do rio
Parnaíba", disse o secretário de Meio Ambiente do Piauí, Ziza Carvalho.
ASSISTA NA REPORTAGEM DA REDE MEIO NORTE:
Por Kairo Amaral/Meio Norte | Edição: Jornal da Parnaíba
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