Reginaldo Gonçalves é coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina (FASM). |
O terremoto que abala Brasília, cujo epicentro
encontra-se nas delações dos irmãos Batista, não pode interromper a reforma
previdenciária, uma prioridade para a solução da crise fiscal e para que os
brasileiros possam continuar recebendo suas aposentadorias. O rombo no sistema,
combinado com o envelhecimento da população, resulta numa equação perversa: há
cada vez menos recursos que possibilitem qualidade de vida para aqueles que
trabalharam a vida toda. O problema agrava-se num momento de crise aguda da
economia, como o que estamos vivendo, pois cai a receita dos impostos e o
financiamento do INSS.
Além disso, um dos itens que também corroboram para
que haja uma preocupação com a Previdência é a redução significativa de
contribuintes ativos, pois o desemprego é elevadíssimo, atingindo,4 14 milhões
de pessoas. Essa situação lastimável, além de causar desconforto e
empobrecimento da população, reduz o consumo e impossibilita a flexibilização
de caixa do governo para investimentos.
Desvios de verbas públicas, ingerência,
apadrinhamentos políticos, comissões indevidas, uso de laranjas e outros
problemas têm demonstrado a voracidade destrutiva da improbidade no
desmantelamento da economia, provocando prejuízos imensos, como a
desconfiança dos investidores e a retração financeira que solapa o Brasil.
Embora muitos agentes da sociedade civil não enxerguem ou façam vistas grossas
à situação fatídica do País, o prejuízo da corrução é muito maior do que se
imagina. É improrrogável a aplicação de punições severas aos responsáveis pelo
desvio de quaisquer recursos, além do repatriamento das verbas que deveriam
estar nos cofres públicos financiando investimentos de alta envergadura e
gerando empregos.
Só para se ter uma ideia, segundo um estudo da
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), por ano perde-se de
1,38% a 2,3% do PIB com a corrupção, recursos que poderiam estar inseridos nos
diversos segmentos do mercado. De fato, a corrupção é uma doença que precisa
ser extirpada. Entretanto, para que isso ocorra, é necessário que os valores
morais e éticos sejam praticados em todas as instâncias e classes sociais. Ou
seja, cada indivíduo deve assumir as suas responsabilidades, não querendo tirar
vantagem do outro e em tudo, pois a corrupção nasce das pequenas ações indevidas
e alcança os mais altos escalões e grandes esquemas.
Por Reginaldo Gonçalves | Edição: Jornal da
Parnaíba
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