Roger Correia Jacob, secretário municipal de educação |
A sessão ordinária desta terça-feira (07/02) da
Câmara Municipal de Parnaíba foi destinada exclusivamente para a apresentação
do projeto de reordenamento da rede municipal de ensino proposta pela
Secretaria de Educação da cidade e aprovado por unanimidade pelo Conselho
Municipal de Educação. Dos 17 vereadores, 13 compareceram.
A explanação do projeto ficou a cargo do próprio
secretário municipal de educação, Roger Jacob. Ele explicou que a meta da
secretaria é oferecer um ensino de alto nível para os alunos, e que para isso é
necessário na educação infantil multisseriada alterar a metodologia para
utilizar o método de agrupamento, utilizado internacionalmente, aumentando a
qualidade de ensino e oferecendo uma melhor estrutura ao alunado.
"Fizemos um grande redesenho da educação
infantil, uma das medidas foi eliminar a compra de material didático para o
ensino infantil que é desnecessário. Estamos comprando materiais pedagógicos e
livros paradidáticos, esses sim necessários. O fim das salas de ensino
fundamental multisseriadas é um compromisso dessa gestão, mas também uma
demanda de todo profissional comprometido com a educação. Por melhor que seja a
professora ou professor, não há como uma criança que assiste aula em uma sala
multisseriada, ter o mesmo rendimento escolar de uma criança que está em uma
sala específica para sua idade”, disse Roger Jacob.
Nas escolas da zona rural com poucos alunos, a
SEDUC afirma que está mantendo em cada escola a educação infantil, de modo a
manter as crianças perto de sua família e, assim, mantendo aberto todos os
prédios escolares.
“O deslocamento para a escola mais próxima é
somente das crianças do ensino fundamental, e as rotas de transporte escolar
estão desenhadas para atender melhor esse público. No reordenamento da rede de
escolas municipais, a SEDUC está juntando escolas vizinhas, que eram
desmembradas uma da outra e que são separadas apenas por um muro, o que resulta
em melhor eficiência na gestão escolar. Algumas escolas estão em prédios
alugados e que não oferecem boa estrutura para as nossas crianças, enquanto isso
tem escolas com salas vazias bem nas proximidades. Estamos encerrando essas
locações e colocando nossas crianças em escolas próprias”, completou.
O gestor informou que atualmente Parnaíba possui 94
escolas municipais e destacou que cada aluno custa em média para o município o
valor de R$ 370 (trezentos e setenta reais). Disse também que o reordenamento
da rede municipal de ensino visa melhorar a média do Índice de Desenvolvimento
da Educação Básica (IDEB), tornar as unidades escolares mais seguras e melhorar
a gestão como um todo.
“Em 2016 foram mais de 43 furtos registrados nas
escolas municipais. Somente esse ano já são quase 10 ocorrências. Encontramos
escolas que as salas de aula são divididas por uma fina folha de compensado. O
que queremos é garantir um ensino de qualidade as nossas crianças, já que temos
os mesmos professores da rede privada”, disse.
A vereadora Fátima Carmino (PT) fez vários questionamentos que foram respondidos pelo secretário. |
Oposição critica
A vereadora Fátima Carmino (PT), oposição ao
governo Mão Santa, se pronunciou contrária a algumas medidas do reordenamento e
afirmou que é muito cedo para as mudanças.
“Como vamos tirar famílias que vivem há anos
próximo das escolas? Todos estão perdidos e não sabem pra onde ir nesse início
de ano letivo. O que estou observando é que a preocupação maior da SEDUC é com
a estrutura em si, mas a secretaria não está ouvindo as principais afetadas
pelas mudanças: as comunidades. Um exemplo é a escola de recreação Boa
Esperança, que depois de 40 anos no local está sendo ameaçada de não receber
mais os alunos naquele espaço físico. E como ficam os moradores que trabalham
ali perto e que precisam deixar seus filhos lá?”, questionou a parlamentar.
A vereadora afirmou que o secretário de educação
não está preocupado em abordar neste reordenamento o atual sistema pedagógico,
que segundo ela, também não foi priorizado na gestão passada.
“Eu cansei de usar a palavra nessa casa para
denunciar isso. Sofri até perseguição aqui dentro. Ficavam querendo barrar
minha voz. Não é agora que irei me furtar de lutar pelas melhores condições de
trabalho dos professores e nem pelo diálogo junto às comunidades”, declarou.
Mais adiante a vereadora disse que as professoras
do município ganhavam salários altos, que a prefeitura não conseguiria pagar e
comentou que ganhavam muito mais que ela que era da rede estadual.
O secretário Roger respondeu afirmando que a maior
mudança é na metodologia pedagógica, na maneira de gerir a rede e na
valorização dos profissionais, tudo com o foco na criança e na melhoria da
qualidade de ensino. Disse também que discordava da vereadora, e que as
professoras ganhavam um salário adequado para a responsabilidade que tinham e
que “o desequilíbrio financeiro era decorrente do pouco cuidado que se teve com
a qualidade do ensino, levando a muitas famílias preferirem fazer um esforço e
colocar seu filho na escola privada. A solução não é baixar salário de
professor, mas sim aumentar a quantidade de alunos na rede pública municipal,
que essa era a meta”.
O Conselho Municipal de Educação aprovou as
mudanças, bem como fez exigências com a finalidade de resolver algumas
deficiências percebidas pelo órgão. Por conta disso, o período letivo começa na
segunda-feira (13/02).
Discussões acaloradas
As discussões tomaram todo o tempo do horário
regimental, e o presidente da casa, vereador Geraldinho (PSB) estendeu os
trabalhos por mais 15 minutos. Também falaram durante a sessão, os vereadores
Carlson Pessoa (PPS), Ronaldo Prado (PPL), Daniel Miranda (PRB), Joãozinho da
Unimagem (PSDC), Francisco da Paz (PRB), Antônio Diniz (PSDC) e Daniel Jackson
(PTC).
Por Kairo Amaral/Meio Norte | Edição: Jornal da Parnaíba
Por Kairo Amaral/Meio Norte | Edição: Jornal da Parnaíba
Um comentário:
Como parlamentar ela deviria se preocupar com caso os salários dos professores fossem reduzido, mas, achar que professor está ganhando muito, é no mínimo esquisito.
Postar um comentário