Gêmeos fugiram da Penitenciária Irmão Guido neste
sábado usando um túnel. Com eles mais 24 detentos conseguiram escapar.
Penitenciária Irmão Guido (Foto: Catarina Costa/G1 PI) |
Entre os presos que fugiram da Penitenciária Irmão
Guido na manhã deste sábado (25) estão os dois irmãos gêmeos que foram
apresentados pela Polícia Civil como os chefes da quadrilha desbaratada na
quarta-feira (22) durante a Operação Tsunami. Um dos fugitivos, inclusive teria
avisado o destino após a fuga: a cidade de Parnaíba, que em conjunto com Luís
Correia sediam as principais festas de carnaval do litoral piauiense.
De acordo com o Sindicato dos Agentes
penitenciários (Sinpoljuspi) afirmou que os dois presos estão na lista dos 26
presos que fugiram da Penitenciária Irmão Guido por volta de 9 da manhã deste
sábado. "Os dois estão entre os que fugiram e por isso estamos sem
acreditar como a Secretaria de Justiça não detectou a possibilidade de eles
empreenderem fuga. A Polícia Civil fez uma operação e a Sejus foi incapaz de
transferir", comentou o diretor jurídico do Sinpoljuspi, Vilobaldo
Carvalho.
"Em 2015 entregamos um relatório em que presos
informam que em 40 minutos conseguiriam empreender uma fuga pela parede do
presídio ser frágil. Inclusive pedimos a instalação de um piso mais forte, com
concreto", disse Vilobaldo. O diretor ainda criticou a iniciativa da Sejus
de punir os agentes penitenciarios. "Quando acontece tudo isso depois da
superlotação e da falta de agentes a secretaria quer punir os agentes",
reforçou.
A Secretaria de Justiça informou que um dos gêmeos
já foi recapturado.
Quadrilha tinha atuação em Teresina e Parnaíba.
De acordo com a Polícia Civil as orientações para a quadrilha eram repassadas a partir de visitas de familiares que transmitiam para outros criminosos, que atuam em Teresina e Parnaíba. Segundo o delegado Willame Moraes, coordenador da Grupo de Repressão ao Crime Organizado, as orientações para a quadrilha também eram repassadas por telefone. “Essas ordens desses dois são repassadas para fora do presídio através das visitas e dos telefones também, que é objeto de investigação. Eram repassadas para comparsas de fora que cumpriam essas ordens”, explicou o delegado. Com a diversificação das áreas de atuação o grupo passou a se dividir atuando de modo separado.
“Esse grupo se estendeu e os objetos visados por
eles mudaram, se criando dois grandes grupos: um para explosão de caixas
eletrônicos e outro que faz arrombamentos a estabelecimentos comerciais”,
relatou o delegado. Mesmo atuando separadamente, os grupos se interligam
através de alguns membros. “De caixas eletrônicos nós já temos 15 pessoas
presas, 3 hoje e 12 anteriormente. Relacionadas à quadrilha de assaltos e
arrombamentos temos 9 pessoas presas hoje e anteriormente temos 5. Temos 29
presos ao todo”, afirmou.
A Secretaria de Justiça, por meio de nota, disse
que está dando pleno apoio à Delegacia Regional de Parnaíba, ao Grupo de
Repressão ao Crime Organizado (Greco) e ao Núcleo de Inteligência da Segurança
Pública, na condução das investigações da Operação Tsunami.
Por Carlos Rocha/G1 PI | Edição: Jornal da Parnaíba
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