segunda-feira, dezembro 26, 2016

Próximo Secretário de Educação diz estar preparado para fazer a diferença

Roger Jacob será o Secretário Municipal de Educação escolhido pelo prefeito eleito Mão Santa.
“Se eu tivesse que escolher algum cargo na próxima administração, seria esse (secretário de educação), porque sei que consigo fazer a diferença”. A afirmação é do empresário Roger Jacob, indicado pelo prefeito eleito Mão Santa para ser o próximo secretário municipal de Educação. Ele disse estar satisfeito com a aceitação do seu nome dentre os professores da rede municipal de ensino, e “estou preparado, mas sei que não vai ser fácil”.

Segundo ele, a Secretaria Municipal de Educação tem indicado no orçamento para 2017 88 milhões de reais; 72 milhões são consumidos pela folha de pessoal e recebe apenas 67 milhões do Fundeb.

De acordo ainda com Roger Jacob a Prefeitura gasta atualmente mais de 25% em educação, que é o mínimo obrigatório. “Só com aluguel de ônibus para o transporte escolar (terceirizados) são gastos 150 mil reais por mês, para um transporte sem qualidade. Somando todos os custos não sobra dinheiro para a manutenção das escolas. A Secretaria de Educação vive um pesadelo de preocupação com merenda e transporte. São problemas que devem ser resolvidos. Há falhas no sistema e é preciso corrigir”, destacou Roger.
Mão Santa em visita ao colégio Roland Jacob
Segundo ele, o prefeito eleito Mão Santa pede a realização de concurso público para professores, “só que com a receita atual não tem como. É preciso muitas correções de rumos e rigidez na gestão”, comenta o secretário, acrescentando que a missão dada pelo futuro prefeito é que as escolas públicas tenham rendimento melhor do que as particulares. “A gestão tem chegar na ponta, porque tem que se pensar no pequeno, no mais necessitado”, pontua.

Roger Jacob informa também que há uma distorção salarial enorme entre o professor celetista que está na sala de aula dando uma enorme contribuição e o professor efetivo. “É necessário que se encontre mecanismos para se acabar com isso”, diz. Segundo ele, um professor celetista de 20 horas recebe 880 reais e de 40 horas o dobro, isto sem regência de classe. Enquanto o professor efetivo 20 horas tem remuneração aproximada de 2 mil reais e de 40 horas em torno de 5 mil reais.

“Mão Santa quer a unificação de valores mas o plano de cargos e salários não permite porque é incompatível com a realidade do município. Foi elaborado ainda na gestão do ex-prefeito Zé Hamilton, que tinha o atual prefeito Florentino como vice. Foi feito de forma irresponsável porque não calcularam o impacto na folha. Inclusive representantes da  UNDIME- União Nacional de Dirigentes Municipais de Educação, ao tomarem conhecimento do plano disseram que ele quebraria a secretaria em 3 anos. Foram proféticos”, enfatiza Roger.

Com relação à recuperação de escolas, a maioria sucateada, ele disse ser necessário primeiro otimizar tudo, porque há muito desperdício no município. “Se não colocar dinheiro de outras fontes do município e não fizer nada, dentro de pouco tempo tem escola caindo na cabeça das crianças”, destaca Roger, acrescentando que Mão Santa quer no município escolas modelos, a começar do Roland Jacob, para depois expandir para as demais.

Em tempo: Roger Jacob vem de longa experiência no PPSJ – Posto de Puericultura Suzanne Jacob, que trabalha também com a educação, qualifica professores municipais através de ações que são desenvolvidas sem dinheiro público. Talvez por isso, apesar dos quase 80 anos de serviço e uma atuação reconhecida até internacionalmente, o PPSJ ainda é muito pouco conhecido entre os piauienses.

Por: Bernardo Silva/Tribuna do Litoral
Edição: José Wilson | Jornal da Parnaíba

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