quarta-feira, novembro 16, 2016

Com coleta suspensa, 70% do lixo de Cajueiro da Praia é arrastado para o mar

Uma tragédia ambiental em Cajueiro da Praia. A situação chegou ao extremo e ativistas ameaçam jogar o lixo na prefeitura.

Sem um aterro sanitário e há dois meses com a coleta de lixo suspensa por falta de pagamento, a Prefeitura Municipal de Cajueiro da Praia (a 384 quilômetros de Teresina), promove, sem nenhuma providência, um lixão a céu aberto, na entrada da cidade, próximo ao mar onde ondas atingem e levam cerca de 70% do lixo do município. A situação chegou ao extremo e ativistas ameaçam jogar o lixo na prefeitura.

A tragédia ambiental é testemunhada por turistas e autoridades que freqüentam as praias do Piauí e observam o “chorume” produzido por lixo doméstico se misturar com resto de materiais e ser arrastado para as praias de Barra Grande, Barrinha, Sardim e Morro Branco.

A situação se agrava há dois meses, devido a empresa FN Ambiental, responsável pela coleta de lixo no município, ter suspendido as atividades devido a pagamento por parte da Prefeitura Municipal de Cajueiro da Praia. A prefeita, professora, Vânia Regina de Carvalho Ribeiro, não atendeu a reportagem do Portal AZ (através de seu telefone celular), nem os telefones da prefeitura funcionam.

Vânia não conseguiu eleger seu sucessor e desde então não teria mais cumprido as obrigações com os fornecedores. A praia de Barra Grande, por exemplo, um dos principais pontos turísticos do Piauí virou um “lixão só”.

Uma caçamba do PAC, com uma pá mecânica ainda fazem a coleta por dois dias na semana, de forma improvisada, sem conseguir entrar nas principais ruas da cidade.

O resultado é que os moradores acabam contratando carroceiros para a coleta. Como o município não tem um aterro sanitário, o lixo acaba sendo jogado na entrada da cidade e arrastado para o mar.

Donos de barracas na praia reclamam que o lixão sempre existiu na entrada da cidade, mas agora fica pior devido a coleta da empresa FN Ambiental. “Quando eles coletavam, levaram o lixo para o aterro sanitário de Parnaíba, já que em nosso município o que temos é um lixão a céu aberto, totalmente contra as normas ambientais”, reclama um comerciante, que prefere ficar no anonimato.

A poluição ao mar no litoral do Piauí passa despercebido aos olhos dos ambientalistas do Ibama e do Instituto Chico Mendes, que constantemente fazem reuniões no local, mas demonstrando apenas preocupações com construções fora da área permitida.

“Vamos jogar o lixo na prefeitura”
Um grupo de ativista já deu um prazo para o problema ser resolvido. A maioria deles é de São Paulo e mantém negócios no município piauiense. A coleta de lixo dos estabelecimentos eles mesmo estão fazendo e não jogam no salgado da entrada da cidade, sim viajam 10 quilômetros até o local apropriado.

“Mas caso a prefeitura não resolva o problema de uma vez por todas por toda essa semana, vamos jogar o lixo na sede da prefeitura. E não vamos às escondidas, não. Vamos à luz do dia, na presença da senhora prefeita. Se quiser nos prender, que fique a vontade”.

Por Walcy Vieira/180graus

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