Espaço que seria usado para Copa do Mundo em 2014 e
Jogos Olímpicos do Rio 2016 tem apenas 2% das obras concluídas. Com a paralisação os equipamentos estão se deteriorando.
Vila Olímpica de R$ 200 milhões tem apenas seis
quadras feitas desde o inicio das obras que agora estão paradas e já quase sem
nenhuma utilidade. O espaço que seria usado para Copa do Mundo de 2014 e Jogos
Olímpicos do Rio 2016 tem apenas 2% das obras concluídas. Com atraso e a exteriorização,
atletas treinam em pista improvisada de chão batido.
O anúncio da Vila Olímpica de Parnaíba, litoral do
Piauí, animou atletas como o velocista Jefferson da Silva, na época com apenas 17
anos. Com custo total de R$ 200 milhões, a construção era destinada a
preparação de competidores para os Jogos Olímpicos Rio 2016 e incluía ginásio
para cinco mil espectadores, piscina olímpica; piscina para saltos ornamentais;
quadras esportivas; pista de corrida; vestiários; quiosques; estacionamento
para cinco mil veículos, além de um estádio com capacidade para 35 mil pessoas.
Seis anos após o começo das obras, o local virou símbolo de desperdício de
dinheiro público. Já foram gastos R$ 3,7 milhões e apenas 2% do previsto no
projeto inicial foi concluído. Enquanto não sai do papel, o treinamento de
Jefferson e outros competidores piauienses são feitos em pistas improvisadas de
chão batido fora do estado. Veja reportagem acima.
- Se tivesse uma pista para treinarmos, poderíamos
melhorar as marcas e conseguir correr bem. O prego da sapatilha é porque como
aqui é barro não encaixa muito bem. Na sintética, a profissional, travaria bem.
Isso faz a diferença. Estrutura aqui no Piauí não tem, apoio muito menos. O
único apoio que nós temos aqui é de nossos pais e do treinador Nilson, que é
voluntário – conta o atleta.
A Vila Olímpica de Parnaíba foi idealizada em 2008,
mas as obras só começaram em junho de 2012, com a terraplanagem do terreno. O
espaço hoje se resume a duas quadras de basquete e quatro de tênis. Por
problemas no projeto, a construção é alvo de fiscalização do Tribunal de Contas
da União (TCU) desde setembro de 2013.
O órgão fiscalizador determinou a suspensão dos
repasses federais devido à ausência de estudo de viabilidade técnica e
econômica. Em novembro deste ano, o TCU manteve a Vila Olímpica classificada
como “irregularidade grave que podem gerar prejuízos ao erário público”,
situação lamentada por treinadores que esperavam ter o espaço como um pólo para
capacitar atletas e revelar talentos em diversas modalidades.
- Falta realmente essa estrutura toda de um centro
para que a gente possa caminhar mais rápido. Isso acontecendo vai dar um salto
de qualidade porque atletas nós temos, agora falta essa estrutura para
trabalharmos. Alguns atletas ficam no meio do caminho em virtude de não ter
essa estrutura para treinar, mas o esporte é assim – comenta o treinador Nilson
Sousa, técnico de Jefferson.
Segundo o Ministério do Esporte, o repasse federal
previsto era de R$ 14.625.000, sendo liberados pouco mais de R$ 2 milhões (R$
2.170.296). A contrapartida do Governo do Estado, responsável pela obra, foi de
R$ 1.625.000 – totalizando os gastos de R$ 3,7 milhões. A Fundação de Esportes
do Piauí afirmou que enviou no mês de outubro o projeto completo da Vila
Olímpica, orçado em R$ 16 milhões – sem a inclusão do estádio – à Caixa
Econômica Federal e aguarda a autorização para dar início à licitação das etapas
seguintes do projeto.
Enquanto a Vila Olímpica fica apenas no imaginário
de Jefferson e outros atletas, o velocista não desiste dos sonhos de ganhar –
em algum dia – uma medalha olímpica nas pistas. Apesar das dificuldades, o
competidor mantém as esperanças de treinar em uma pista oficial, diferente do
chão batido que treina todos os dias.
- A sensação não é muito boa. Agora em 2016 não,
mas eu pretendo estar em 2020.
Por Globo Esporte | Edição: Jornal da Parnaíba
2 comentários:
PT federal, PT estadual e PT municipal, partido das trapalhadas não poderia ser diferente.
Prefeito governador e presidente(até pouco tempo atrás) tudo do mesmo partido era para Parnaiba ter experimentado um salto grande no desenvolvimento local. Mas foi só atraso com o PTrio.
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